quarta-feira, 25 de julho de 2012

Entrevista ao Padre Fontes.





Equipa do DTS
Texto: Carolina Horstmann 
Câmara: José Goris 
Apresentaçao: José Manuel Barbosa

O Padre António Lourenço Fontes é uma dessas pessoas que não se passam desapercebidas para ninguém. Ligado sempre à causa cultural galego-portuguesa ensina-nos dia a dia que as nossas raízes galaicas estão presentes em cada elemento tradicional com o que trabalhamos, que celebramos ou mesmo que desejamos ou choramos. A forma de sentir a existência, com as nossas crenças vindas desde o paleolítico está presente mesmo no nosso ADN, mas com muita mais pureza nas regiões galaicas do Sul, no Barroso, no Gerês...em todo Trás-os-Montes.

O Padre Fontes é uma dessas pessoas que guarda o mais importante desse arraigo e nos está a lembrar cada pouco tempo a nossa ancestralidade e os vínculos que nos unem ao passado e aqueles outros vínculos que nos unem aos galegos e aos portugueses.
A Galiza, nesta altura histórica está passando-se por uns momentos difíceis. Da mão de uns dirigentes políticos castrantes e castrados estamos a ver como se nos está a desnacionalizar, como estão sendo destruídas as nossas tradições, a nossa língua, o nosso sentir nacional, a nossa forma tradicional de sentir a economia, as nossas crenças místicas e religiosas que nada tem a ver com a bondade, a generosidade, a humanidade, o saber ligado à natureza.... A dia de hoje e em nome duma modernidade alienante que nos afasta da Terra estamos entrando num mundo que nunca foi o nosso porque é alheio e é forâneo, porque nos narcotiza e cega os nossos sentidos que nos permitem ver o nosso Além... Vemos igualmente como a nossa população diminui dia a dia, como as nossas crianças enchem as suas mentes de elementos que não lhe foram transmitidos pelos seus ancestrais...quando há crianças...porque uma dos elementos desse processo é a falta de crianças que recolham o facho da nossa estirpe étnica. Estamos sofrendo o mesmo processo que levaram a cabo muitos povos indígenas ameríndios com a chegada dos espanhóis: o desastre.

No entanto, na Galiza Sul, no Norte de Portugal, as nossas tradições, a nossa língua e o nosso sentir continua vivo e com o intuito de sobreviver a esta maré desidentificadora. É o Padre Fontes um desses guardiões que preserva o nosso ser tradicional e por isso lhe devemos todo o que podemos dever-lhe a um autêntico herói galaico.

A passada Sexta-feira 13 de Julho estivemos com ele na sua Quinta de Mourilhe: A Quinta da Nossa Senhora dos Remédios. Ali lhe fizemos esta entrevista na que falamos sobre tudo do seu gosto pela medicina popular que era a forma ancestral que os nossos antepassados tinham para evitar doenças em contraposição à contaminação química que temos por medicina a dia de hoje, do enriquecimento dos laboratórios e do lobismo que surge de jogar com a nossa saúde. Após a entrevista, essa noite pudemos vê-lo no cenário ao pé do Castelo de Montalegre esconjurando as bruxas e as maldades dessa linda comarca barrosã. A prosperidade dos seus habitantes vê-se nos seus olhos, a felicidade da gente pelas ruas é imensa porque essa contaminação energética gerada por este mundo de tolos fica limpa e anulada com a força deste nosso Padre Fontes e com a ajuda desses grandes atores que são os Errantes da Troula que mais do que atuar o que fizeram foi ritualizar com total veracidade e limpar Montalegre dos maus espíritos que nos governam vestidos de fato e gravata.

Aqui vos apresentamos a entrevista que fizemos esse dia na casa do nosso Bruxo-Mor mas que nós consideramos o nosso grande, o nosso Arquidruída, o Druida de todos os galaicos dignos. Não falamos de qualquer aldeia gaulesa defendida com qualquer poção mágica, não. Falamos de Montalegre, falamos do Barroso, falamos do Norte de Portugal, falamos da Gallaecia viva, falamos do Padre Fontes.   Que vos preste. Sexta-feira 13 de Julho de 2012




segunda-feira, 2 de julho de 2012

Entrevista à Professora Doutora Blanca Garcia Fernández-Albalat


                                                  



Equipa do DTS
Câmara: José Goris 
Apresentaçao: José Manuel Barbosa

Os passados 6 e 7 de Maio tivemos o prazer e a honra de organizarmos umas Jornadas da Língua Galego-Portuguesas em Pitões das Júnias às que levamos três pessoas que consideramos importantes no que diz respeito do celtismo. Uma dela, Fátima Figueiredo falou sobre o relacionamento existente entre as Cantigas Medievais e a tradição celta, o segundo foi David Outeiro, colaborador deste nosso blogue no que falou sobre hagiografia e o vínculo entre as divindades celtas e os atuais santos cristãos e finalmente a Professora Blanca Garcia Fernández-Albalat com o trabalho que levava por título: "A Soberania indoeuropeia, celta e galaico-portuguesa: a perduração no folclore."
Professora Fernández-Albalat, uma das mais importantes celtólogas da Galiza de hoje (juntamente com o Professor André Pena Granha com quem gostaríamos contar em próximas edições) nasceu na Crunha e é Doutora em História, especialista em Arqueologia, Pré-história e Antropologia Cultural . A sua tese de licenciatura foi feita em 1983 na Universidade de Santiago de Compostela onde fez estudos e levava o título de: "El culto a las divinidades de las Aguas en la Gallaecia Antigua" momento em que começou as suas investigações do mundo religioso e sociedade celto-galaica e da área lusitana de época pré-romana.
O Título de Doctora en Historia foi conseguido pela tese: "Las divinidades de la guerra y su vinculación con las comunidades indígenas en el  área galaico-lusitana feito igualmente na Faculdade de Geografia e História da USC (Departamento de Historia I: Prehistoria, Arqueología, Historia Antigua y Paleografía) (España) em Abril de 1989 com uma qualificação Apto cum Laude por unanimidade.(máxima puntuación). Nesta susa tese de doutoramente esta baseada na investigação sobre o comportamente dos grupos de guerreiros do Oeste peninsular em época pré-romana e romana procurando as semelhanças e paralelismos com as comunidades irlandesas e celtas em particular. De igual maneira a relação com determinados deuses da guerra tipicamente celtas.
Em 2005 e 2006 validou o seu doutoramento em Pré-história e História da Antiguidade para exercer profissionalmente em Portugal pela Universidade do Minho, em Braga e a equiparação com grau de Doutora na especialidade de Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.






Grande trabalhadora no âmbigo científico com trabalhos de investigação como os seguintes:
 1. "Sociedad y categorías sociales en la Galicia Antigua" O nacimento dunha nación: Sociedade e Categorías sociais na historia de Galiza, editado por el diario A Nosa Terra, en la colección A nosa Historia, nº. 6, Enero 1995, pp.: 10-18
        
2. "Las divinidades indígenas de la Hispania Prerromana. En pos de una metodología", Trabalhos de Antropología e Etnología da Sociedade Portuguesa de Antropología e Etnología, Porto 1985 , Vol. 25, fasc. 2-4, pp. 275-283.
3. "La diosa Erbina, la soberanía guerrera femenina y los límites entre los igaeditanos y los vetones" Revista Conimbriga, XXXII-XXXIII (1993-1994), pp 383-401.

 E os livros publicados:

1. Guerra y Religión en la Gallaecia y Lusitania Antiguas, Ediciós do Castro, Sada, A Coruña 1990.

2. Las rutas sagradas de Galicia: perduración de la religión celta de la Galicia Antigua en el Folclore actual. Diputación Provincial de A Coruña. 1999.

3. Religión celta y religión Galaica  Tomo I. Aspectos teóricos, Diputación Provincial de La Coruña (en prensa).

3b. Religión celta y religión Galaica. Tomo II: Epigrafía votiva de Gallaecia. (textos y aparato gráfico), Diputación Provincial de La Coruña (en prensa)

4. Espacio sagrado y simbolismo celta. Del Leabhar Gabhála a Galicia. Editorial Brigantia, Betanzos, A Coruña (en prensa).

Trabalhou igualmente em alguns livros coletivos como são:

1. "Las llamadas divinidades de las aguas" en J.C.BERMEJO BARRERA : Mitología y Mitos de la Hispania Prerromana 2, Madrid 1985 pp. 141-192  (=Cap. V ).

2. "El hecho religioso en la Galicia Céltica", en O feito relixioso na historia de Galicia, Santiago 1993. Asociación Galega de Historiadores, pp. 27-58.

3. "Ritos funerarios en la Galicia Céltica" en A Cidade e o Mundo: romanización e cambio social. Publicación de los cursos de Verano de la Universidad de Vigo (Xinzo de Limia, Julio 1995). Concello de Xinzo de Limia 1996. pp. 69-79.

4. "Religión y sociedad en el mundo castreño gallego", en A Cultura Castrexa a debate, Actas de los cursos de Verano de la Universidad de Vigo (Tuy, Julio 1995). Coord. de José Manuel Hidalgo Cuñarro; Instituto de Estudos Tudenses 1996.pp. 141-156.

5. "La religión de los castrexos", en Las religiones en la Historia de la Galicia, Semata: Publicación de Ciencias Humanas y Sociales de la Universidad de Santiago de Compostela; 1996. Vol. 6-7 pp. 33-91.

6.  “A Coruña Celta” : tres fascículos de  la Historia de La Coruña editada por el diario “La Opinión”- (en prensa).

7.  “El patrimonio como responsabilidad” en A Cultura Light, actas da mesa redonda celebrada na Faculdade de Letras do Porto. Abril 2005.  

8. “La Soberanía Indoeuropea. Perduraciones en el folclore del Noroeste Peninsular”, en Crenças, Religiâo e Poder. Dos individuos as sociabilidades, Porto Ed. Afrontamento, 2008, pp. 327-345.

Participou em vários congressos onde apresentou os seguintes trabalhos:

1.    "Introducción al estudio de la problemática metodológica suscitada por el análisis histórico-religioso de la llamadas divinidades de las aguas", Publicación del Seminario Luso-galaico de Estudos de Arqueología, Historia e Etnología Comemorativos da Vila de Caminha,  Octubre 1984 (Portugal), número especial de la Revista Lucerna, 2ª,serie, Vol II, Porto 1987, p. 245-262.

2. "El culto a las Aguas en la Prehistoria. La pervivencia de un tópico metodológicoI Encontro de Escritores Luso-galaicos, Monçâo - Melgaço, (Portugal) 25/27 Enero 1985.

3. "Un ara votiva a Durius? Valor religioso de los ríos en la Antigüedad", 1er. Congreso Internacional sobre o río Douro. Vila Nova de Gaia (Portugal), Abril-Mayo 1986. Publicado en un nº especial de la Revista "GAIA" (Cámara Municipal de Vila Nova de Gaia, (Portugal) 1995.

4.  "La diosa Nabia. Nueva interpretación", I Congreso Peninsular de Historia Antigua. Santiago de Compostela, Julio 1986- (editado por G. Pereira Menaut en Santiago de Compostela 1988) Vol II pp. 249-263.

5. "La religión Prerromana de la Beira Baixa. Una cuestión de método", I Jornadas de Historia Regional do Distrito de Castelo Branco, Castelo Branco Noviembre 1987. (en prensa).

6. "La soberanía femenina céltica y sus huellas de culto en el Oeste peninsular", en  Os Celtas da Europa Atlántica, Actas do I Congreso sobre la Cultura Celta . Ferrol Agosto 1997 - Ferrol 1999. pp. 171-197.

7. "Mitología celta y Folclore Galaico", Os celtas da Europa Atlántica. Actas do 2º Congreso Internacional sobre a Cultura Celta, Ferrol Noviembre 1998. (en prensa).
8.  Coordinadora de “La Historia de A Coruña”, a editar por el periódico “La Opinión”. 

9 “A orixe dos espazos sagros e as particularidades no mundo celta.” Congresso Internacional sobre a Cultura Celta. Narom. Abril 2011.


Participou em Simposia como ponente:

1. "Introducción a la problemática metodológica suscitada por el análisis histórico-religioso de las divinidades de las llamadas divinidades acuáticas", ponencia leída en el VII Centenario da Foral de CaminhaCaminha (Portugal) 24 Julho 1994.

2. "El Culto a las aguas en la Prehistoria", ponencia leída en el I Encontro de Escritores Luso-galaicosMonçâo-Melgaço, Portugal, Enero 1985.

3. "Un ara votiva a Durius. Valor religioso de los ríos en la antigüedad", comunicación presentada al I Congreso Internacional sobre o río Douro. Vila Nova de Gaia, Portugal, Abril/Mayo 1986.

4. "La diosa Nabia. Nueva interpretación", comunicación presentada al I Congreso Peninsular de Historia Antigua. Santiago de Compostela, Junio 1986.

5. "La religión Prerromana en el noroeste peninsular" en La Galicia Prerromana, Curso de Verano de la UIMP en la Coruña, dirigido por la misma. 23 Julio 1987.

6. "La religión prerromana de la Beira Baixa, una cuestión de método", comunicación presentada en las I Jornadas de Historia Regional de Castelo Branco. Castelo Branco, Portugal, 13-15 Noviembre 1987.

7. "Los druidas y la magia celta", ponencia presentada en el II Simposium Internacional de Antropología, Mitos y Tradiciones: En busca del origen del hombre. Organizado por Procultur. Asociación de Promoción cultural, Madrid 28-29 Noviembre 1987.

8. "Breve notícia de uma nova divindade indígena nas terras das Beiras. O limite entre os Igaeditanos e os vetones", comunicación presentada en el I Coloquio Arqueológico de Viseu. Viseu, Portugal. Abril/Mayo 1988.

 9.  "Los rituales de la muerte en época castreña" ponencia presentada en el Seminario: Ritos e imaginario da morte em Portugal (Idade Media), Organizado por la Faculdade de Ciências Sociais e humanas da  Universidade Nova de Lisboa, 29-20 Junio 1992.

10. "El hecho religioso en la Gallaecia celta", ponencia presentada en la II Semana Galega de Historia: "O Feito relixioso na Historia de Galicia". Organizado por la Asociación Galega de Historiadores. 19 Abril 1993.

11. "O elemento celta na Protohistoria galaica", ponencia presentada en el curso A Cultura castrexa a debate, organizado por la Facultad de Humanidades de Orense. 13 y 14 Abril 1994.

12. "Ritos funerarios en la Galicia celta", ponencia presentada en A cidade e o mundo: Romanización e cambio social. Curso de Verano de la Universidad de Vigo-Concello de Xinzo de Limia. Xinzo de Limia 3-7 Julio 1995.

13. "Religión y Sociedad en la Galicia Castreña", ponencia presentada en A Cultura Castrexa a debate, Curso de Verano de la Universidad de Vigo. Tuy, Julio 1995.

14. "O fenómeno religioso na Galicia Celta: A soberanía femenina". Comunicación presentada al  I Congreso Sobre a Cultura Celta de Galicia, Ferrol Agosto 1997.

15. “Mitología celta y folclore galaico”. Comunicación presentada a Os celtas da Europa Atlántica. II Congreso sobre a Cultura Celta.” Ferrol Noviembre 1988.

16 “Os Celtas en Galicia Tema de la Mesa Redonda celebrada en el Instituto de Estudios Gallegos Padre Sarmiento con motivo de la Semana de Ciencia y Tecnología y dentro del ciclo “Historia e lenda”.18 Noviembre 2003

17. “El patrimonio como responsabilidad” Mesa Redonda sobre la Cultura Light, Porto, Faculdade de Letras. 22 Abril 2005.

18. La Soberanía Indoeuropea. Perduraciones en el folclore del Noroeste peninsularMesa Redonda “Crencas, religiôes e poder. Dos Individuos as sociabilidades, Celebrada na Faculdade de Letras do Porto en Abril de  2006. (ver apartado de publicaciones)

19. “Arqueoloxía Simbólica da Paisaxe” Curso de Verano de la Universidad de Santiago de Compostela. Guitiriz Julio de 2010.

20. “La vestimenta de la heroización y de la guerra en la Cultura Castreña” DRESSID PROJECT (SGB WORKSHOP) Political power and appearance: Luxury and Dress in the Roman Empire ans its provinieses. 7 Noviembre 2010. Facultad de Geografia e História de Valencia.

  Participou igualmente em conferências com os temas seguintes:
  
1.     "Estructura geral das religies indoeuropeias", Faculdade de Letras do Porto, convidada por el Dr. Armando Coelho Ferreira da Silva, asistente de Protohistoria. Febrero 1985.
2.     "As religiôes célticas na Gallaecia", Festival Intercéltico de Porto, Organizado por el Instituto Francés de Porto, 22 Abril 1986.
3.     "Religiôes indoeuropeias: estrutura interna e aplicaçâo ao estudo das religiôes na Lusitania". Faculdade de Letras do Porto, convidada por el Dr. Armando Coelho Ferreira da Silva, asistente de Protohistoria. Julio 1986.
4.     "Poblamiento de Galicia e Hispania: Los indoeuropeos". Facultad de Humanidades de Orense, 12 Mayo 1993.
5.     La realidad céltica de Galicia, más allá  de la Arqueología", Revista Anual de la Asociación Cultural Hispano-Irlandesa. Madrid.
6.     "La religión céltica en Galicia", organizado por la Asociación de amigos del Museo-Museo Arqueológico de la Coruña. Auditorio Caixa Galicia 20 Mayo 1993.
7.     "El celtismo en Galicia : estado de la cuestión". Sociedad de Amigos de los Museos, La Coruña, 2 de Julio 1999.
8.     El poblamiento antiguo de La Coruña y el origen celta de su nombre”, Puertas Ártabras Sociedad de Amigos de los Museos, La Coruña. Diciembre de 2000.
9.     “A orixe do espazo sagro no mundo castrexo”. VIII Xornadas Castrexas organizadas por la Consellería de Turismo, Patrimonio Histórico-Artístico e Natural e Medio Rural. Concello de Cambre (A Coruña), Sábado 16 Octubre 2010.
Igualmente ministrou aulas como professora de Cursos de formação e seminários, organizadora de Congressos, Cursos de formação, Projetos de investigação, Direção de investigações, Colaboração com entidades científicas, etc...É Vice-Presidenta da Fundação Associação de Estudos Celtas de Galiza desde a sua constituição, Fundadora e Presidenta da Associação de Investigações Celtas de Galiza e faz parte do IGEC (Instituto Galego de Estudos Celtas) como diretora do Depto. de Cultura Céltica Contemporânea.
Foi igualmente Professora Universitária da USC e Professora da Universidade de Vigo

domingo, 27 de maio de 2012

Entrevista à Doutora Maria de Fátima Figueiredo





Equipa do DTS (Desperta do Teu Sono)  
Câmara: José Goris
Apresentaçao: José Manuel Barbosa

Os passados 5 e 6 de Junho deste ano celebramos em Pitões das Júnias (Montalegre-Portugal) como é sabido, as Jornadas das Letras Galego-Portuguesas. Tivemos a grande sorte de estarmos com pessoas comprometidas com a Galiza, com Portugal e com o mundo lusófono e céltico, esses dous mundos dos quais a Galiza faz parte por direito próprio e por matriz. O recital, a estadia na casa do Padre Fontes e as paletras na sala da Junta da Freguesia de Pitões ficaram na nossa memória com muito prazer e com muita vontade de repetirmos mais outra vez o ano que bem. Tudo isto ficou dito e ficou na rede, como uma gravação na pedra com letras inscritas para perdurarem no tempo, como se forem algum dos nossos petróglifos que desde o Calcolítico estão aí para nos lembrarem que somos o que somos, e somos de quem somos.

As pessoas que tivemos connosco para que os ecos da nossa etnogénese flutuassem no ar foram a Doutora Maria de Fátima Santos Duarte FigueiredoDavid Outeiro Fernandes e a Professora Doutora Blanca Garcia Fernández-Albalat . Eles falaram e ensinaram-nos desde o seu saber e desde o seu amor a esta terra granítica que nos pariu; eles desfrutaram connosco da beleza sem igual dessa aldeia da montanha barrosã num fim de semana memorável e lindo. Os temas foram vários, mas tivemos também a honra e a sorte de podermos conversar  em entrevista concedidas para este blogue com cada um/a delxs sobre todo aquilo que nos mobiliza...assim a apreendizagem foi acrescentada.

Nas próximas semanas teremos connosco a entrevista com o nosso querido e popular Padre António Lourenço Fontes, feita a sexta-feira dia 13 de Abril; teremos posteriormente a entrevista a  Blanca G. Fernández-Albalat, autoridade no que diz respeito ao mundo celto-galaico, valente nas suas opiniões e insubmissa a respeito do pensamento plano anti-celtista fornecido pelas Universidades. Finalmente incluiremos a entrevista a uma promessa de futuro, a um grande em potência: ao nosso amigo e jovem David  Outeiro que tem colaborado connosco neste “DTS” e a que lhe devemos muito do nosso sucesso.


      A dia de hoje temos a primeira entrevista. Também a primeira palestrante das Jornadas. Ela é a Doutora Maria de Fátima Figueiredo. Mora e ministra aulas de Língua em Santarém e é uma pessoa que leva a Galiza no coração e as origens do seu Portugal amado. A sua ligação à Galiza vem-lhe de muito cedo e acredita na ideia de que como portuguesa e descendente de galegos há uma responsabilidade moral por parte de Portugal de recuperar a memória histórica, ancestral, originária e galaica no ensino, na formação e no (in)consciênte coletivo dos portugueses e portuguesas tanto no que diz respeito do conhecimento da História da Galiza como do vínculo linguístico comum. A entrevista foi feita na Sala que a Junta da Freguesia nos deixou para as Jornadas. Graças ao seu apoio isto foi possível. Obrigado.





sábado, 19 de maio de 2012

Pequena crónica-percurso



Por Francisco Varela
Tínhamos, por volta de 20 pessoas um encontro programado para celebrarmos, nos dias 5 e 6 de maio, as 1 Jornadas das Letras Galegoportuguesas. Foi desde o momento que soube da iniciativa, que a ansia invadiu o meu pensamento. Imaginava o irmanamento galaico do Norte com o Sul, do Sul com o Norte, o 'reencontro' da Galiza com a Galiza, imaginava o quebramento do silêncio intencionado e malvado, que desde os centros peninsulares de poder mantêm para submeter, a um povo, à ignorância da sua história e da sua verdade, para manter um mesmo país dividido secularmente pola metade.
Mas, o dia chegou, finalmente, e o encontro teve lugar e hora; foi em Mourilhe (uma freguesia de Montalegre) às 12:30 horas. O entorno de interior, montanhoso, achei-o insuperável, mesmo tocando a raia, essa artificial, que tanto dano nos leva feito; de um lado da serra, a norte, a Galiza que um dia renunciou a um futuro próprio, e que hoje anseia alcançar, e deste outro lado, a Galiza também, mas a Galiza sucedida e livre das fauces do colonialismo castelhano, a Galiza, que em dada altura da história, esqueceu o seu passado, e que hoje, quer recuperar.
Encontramo-nos então, no exterior da casa rural do grande estudioso da nossa história, costumes e cultura, o Padre Fontes, foi lá o primeiro contato que tanto esperei, do Norte com o Sul.


Após apresentarmo-nos, estreitarmo-nos as mãos, e cruzarmos umas palavras cheias de formoso colorido fonético, fomos convidados a passar ao interior. Foi ali, ao pé da lareira que já aquecia o nosso espirito celta, que o Barbosa, com amabilidade, apresentou o pessoal ao Padre Fontes.
Após a apresentação, fomos fazer um percurso polo interior da casa, da mão do Padre, que nos explicou a história de todos os tesouros históricos que ele, com carinho e sabedoria foi e vai classificando a modo de museu etnográfico.
Por volta das 14:00h tocou jantar, ou almoço (como o dizem de Ginzo para Sul): bacalhau ou carne a escolher, vinho da região e convívio afetuoso. Comimos sobremesa e batimos papo para, a continuação, o Padre Fontes dar-nos o seu mais sincero agradecimento por nos termos chegado e juntado ali, com o intuito de nos irmanar e aprofundar no conhecimento das nossas raízes celtas e encorajar-nos a continuar com iniciativas do tipo. Houve brinde e aplausos.
Vinha em breve a hora de achegarmos os nossos corações com recitais poéticos, a hora do conhecimento e a aprendizagem com palestras sobre a realidade celta da Gallaecia em Pitões das Júnias, e foi, por volta das 16:30h que saímos caminho da Junta de Freguesia. Assistimos ali os poemas e vídeo-poemas tão lindos que recitaram Rosa Martínez, Cruz Martínez, Nolim Gonçales, Ro Palomera, Barbosa, e Nel Gonçales (filho do amigo Nolim). Foi, com certeza um momento emotivo, de reivindicação, de protesto.
Nas palestras aprendimos da mão de Fátima Figueiredo, como a literatura medieval galegoportuguesa liga diretamente com a tradição celta por meio das cantigas.
Após a palestra, saímos para conhecermos os segredos das ruas de Pitões, aldeia que nos transporta a tempos nos que a humanidade, o trabalho e a festa ião de mãos dadas, a tempos nos que a pesar do hermético da fronteira transgalaica o povo de um lado e do outro da raia, fazia o impossível por penetrar e trespassar.
Já às 20:00h juntamo-nos na Taberna Terra Celta para usufruir do convívio e da irmandade ao redor duma boa ceia e boas conversas.
No dia 6, após o descanso necessário para repousar e assentar tantas lindas sensações e tão interessantes conhecimentos, reunimo-nos de novo na Junta de Freguesia para assistir à palestra de David Outeiro. Ele falou-nos e ensinou-nos sobre a pervivência das divindades celtas na mitologia e hagiografia galegas. Apreendimos também da mão de Blanca Garcia Fernández-Albalat, como ainda hoje, continua vivo na tradição galega, a soberania indo-europeia, celta e galaicoportuguesa.
Por volta das 13:00h e depois da intervenção (de agradecimento e encorajamento para continuarmos à frente em próximas datas com a iniciativa de reencontro e reconhecimento galaico) do Presidente da Junta de Freguesia de Pitões, o senhor António Azevedo “Ferreirinha”, como não podia ser doutra maneira, juntamo-nos de redor de uma mesa bem celta; equipada de boa jantarada, bom vinho e muito bom convívio, mas ao tempo, vendo já com grande pesar, que o final desta deliciosa e frutuosa experiência, aos poucos, ia chegando.
Depois da comida, da troca de impressões, experiências e entranhamento, de amizade fraterna com os companheiros e companheiras, saímos de visita turística polos arredores de Pitões, indo a conhecer a famosa 'Cascata' e o lindo Mosteiro de santa Maria, todo, num entorno natural e verdeceste que me deixou impressionado.
Após a visita, dirigimo-nos de volta, a aldeia de Pitões. Já ali, a despedida virou incontornável, mas que, longe de ser um adeus, foi um fraterno e saudoso, ATÉ JÁ IRMÃOS!



terça-feira, 8 de maio de 2012

Obrigado!







Por:  Dts Editores

O DTS, um dos organizadores do evento “Jornadas das Letras Galego-Portuguesas” quer agradecer à Câmara Municipal de Montalegre e à Junta de Freguesía de Pitões das Júnias todas as atenções, o seu carinho e amizade, assim como a difussão das Jornadas.

Agradecemos igualmente ao Padre Fontes a sua hospitalidade, a sua amabilidade e o acolhimento e o calor com o que fomos tratados num jantar de irmandade cálido e inigualável.

Queremos nomear e agradecer especialmente ao Presidente da Junta da Freguesia de Pitões das Júnias António Gregório Azevedo Dias, à Secretária Lúcia Araujo Jorge e ao Tesoureiro António Manuel Cascais Fernandes, a sua ajuda, disposiçaõ e amizade.
Um agradecimento especial para os amigos da Taberna Terra Celta e especialmente para a Margarida e a Ana. Desfrutamos imenso com o seu carinho e os seus ricos pratos.


À TV do Barroso representados pelos amigos João Xavier e a Zidélia Pires, à Rádio Montalegre e a todos os meios de Comunicação ali presentes que cobriram a notícia. Ao PGL, à AGLP, ao IGEC, a AELG...,  por difundir a notícia e a todos os que colaboraram na organização do evento... e a todos os assistentes pela sua presença e colaboração.

Aguardamos poder estar novamente todos juntos numa nova edição das Jornadas da Língua (Convívio galego-português) com novos temas e com novas pessoas.

Graças a eles foi tudo um sucesso que nos fazem pensar numa próxima vez.

Obrigado. 

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Na reta final...

                                                       


Por: Dts Editores

     Achamo-nos na reta final. Faltando só um dia para as Jornadas das Letras Galego-Portuguesas, as quais se vão levar a cabo os dias 5 e 6 de maio em alguns dos lugares mais emblemáticos do Concelho de Montalegre, ainda é que nos chegam mensagens de partilha e de colaboração, quando não manifestações de ânimo e apoio explícito.

    Vamos começar o sábado dia 5 reunindo-nos no Hotel Rural "A Nossa Senhora dos Remédios" de Mourilhe (Casa do Padre Fontes) por volta das 12:00 horas em horário português (e aquele horário que deveria, por razões evidentes, ser também galego) onde vamos inaugurar a jornada partilhando jantar (almoço para muitos portugueses...) entre todos os assistentes. O distintivo deste convívio será dado por um recital de poesia no que os mesmos convidados às Jornadas partilharão os seus poemas inéditos e próprios com o conjunto dos assistentes. Também pode ser que as leituras de poemas, em vez de serem próprios e inéditos incluam os escritos dalgum clássico galego, português ou em geral de qualquer autor das nossas letras, estas que viajam mares e continentes e que fazem de nós uma comunidade humana com personalidade própria, numa língua que é a quinta da humanidade e visualizada como uma das mais importantes do mundo para aqueles que mesmo não a falam.

      Posteriormentte, cerca das 16:00 horas vamos nos deslocarmos para Pitões das Júnias para começarmos as palestras na aula que a Junta da Freguesia nos cedeu para ouvirmos a quatro pessoas, queridas e admiradas, que nos vão falar daquelas raízes celtas que nos alimentam e nos dão razão de ser e existir como galaicos que somos, dum ou doutro lado da raia. O nosso Padre Fontes, a nossa amiga Fátima Figueiredo, o prometedor David Outeiro e a grande Blanca G. Fernández-Albalat vão lembrar a próprios e a estranhos que um sangue corre pelas nossas veias, um sangue quente e vermelho que bota chispas quando a palavra "celta" soa no ar; esse sangue, que como nos dizia a cantiga de Cabanilhas, nos dá direito à livre e honrada chouça; esse sangue vertido na batalha do Douro e no Medúlio contra o imperialismo mediterrânico; esse sangue que faz de nós um único povo apesar de raias e de impérios; esse sangue que nos une e que nos vai fazer rir, comer e ouvir-nos nuns dos lugares mais lindos da velha Gallaecia; nuns lugares frios de clima mas aquecido por uma gente valorosa e corajuda: Mourilhe e Pitões.

     Para conhecermos os pormenores, convidamos ao leitor para dar uma nova vista de olhos ao programa (click)

     Agradecemos a todas as pessoas inscritas para participarem, pois ainda nestes tempos de dificuldades, vemos como a gente continua a se interessar pela cultura, as letras, o convívio entre irmãos e mesmo pelas raízes e pela ancestralidade comum. Obrigadíssimos ao Padre Fontes, o nosso druída, porque foi pé e origem de tudo isto; obrigados ao amigo António Ferreirinha que nos abriu as portas do Concelho e da Câmara Municipal de Montalegre à qual também agradecemos imenso; obrigados ao nosso amigo Cascais pela sua disposição, amabilidade, hospitalidade e o seu calmo e eterno sorriso; obrigados à Margarida e à Ana da Taberna Celta.... Obrigados a todos e a todas. Sois gente linda, como essa terra barrosã limpa e sã que nos acolhe. 

     Ficamos contentes de pensar que aquilo que nasceu como um sonho de irmandade se vai transformando lentamente com o trabalho constante dos organizadores e o entusiasmo dos participantes numa realidade tangível.




quinta-feira, 26 de abril de 2012

Convívio de irmandade galaico-portuguesa






Por Carolina Hortsmann

O blogue despertadoteusono.blogspot.com tem a bem organizar para os próximos dias 5 e 6 de maio umas jornadas convívio das letras galego-portuguesas. O programa inclui umas conferências, comidas de irmandade, um recital de poesia e visita a alguns dos lugares mais emblemáticos do Concelho de Montalegre.

Como sabemos o Concelho de Montalegre é um dos mais ativos do ponto de vista cultura de Portugal, limitrofe com a Galiza e amante dela. Lá as opções para a estadia é ampla e os responsáveis da organização informarão adequadamente aos participantes onde é que se pode comer e dormir esse fim de semana que promete interessante.

Deixamos abaixo o programa deixando também muito claro que a informação para tal evento poder ser fornecida nos seguintes contatos:

As vagas são limitadas e a inscrição acaba o dia 3 de maio.

https://www.facebook.com/events/419517028059370/
 http://www.cm-montalegre.pt/
 http://www.pitoesdasjunias.com/


O plano seria:
Dia 5 (h
ora portuguesa)

1-Por volta das 12:00 hora portuguesa concentração na casa de Turismo Rural do Padre Fontes em Mourilhe.
2-13:00 Jantar de confraternização e posterior recital de poesia em Mourilhe
3-16:00: Apertura das palestras sobre os "Vinculos entre a tradição celta e a tradição galego-portuguesa" na Sala da Junta da Freguesia de Pitões.
4-16:00 1ª Conferência. António Lourenço Fontes "Monumentos arqueológicos de Vilar de Perdizes e Pitões das Júnias"
5-17:00 2ª Conferência: Fátima Figueiredo "Tradição celta e literatura medieval galaico-portuguesa"
6-18:00 Visita Turística (segundo permita a climatologia)
7-20:00 hora portuguesa ceia-convívio de irmandade (horário adaptado ás necessidades das atividades).

Dia 6
1-10:00: Sala da Junta de Freguesia de Pitões das Júnias.
2-10:00 2ª Conferência: David Outeiro "Pervivência das divindades celtas na mitologia e hagiografia galegas"
3-11:00: 3ª Conferência: Blanca Garcia Fernandez-Albalat: "A Soberania indo-europeia, celta e galaico-portuguesa: a perduração no folclore."
4-Às 12:00 horas em Pitões das Júnias mesa redonda, debate e conclusões:
5-14:00 Comida de confraternização
6-Completar visita turistica




Vagas limitadas

Carxs, bem sabeis que as jornadas são de graça. Não cobramos por assistência mas temos que informar que o jantar do dia 5 de maio ao meio-dia na casa do Padre Fontes em Mourilhe são finalmente 15 Euros.

O jantar (pequeno almoço em Portugal) do dia seguinte pode ser em qualquer dos restaurantes de Pitões (Taberna Terra Celta, Casa do Preto ou o Dom Pedro) ou Montalegre (Tasca Do Açougue Montalegre). Queríamos que fosse um jantar de irmandade para finalizar as jornadas e nos distintos lugares onde se pode comer os preços estão entre os 16 e os 20 Euros. Ali poderemos arranjar preços especiais para grupos como o nosso (que lhe vamos dar vida ao lugar):
Finalmente a ceia do dia 5 poderá ser na Taberna Terra Celta onde há petiscos em geral frios mas também pode haver algo quente. É mais barato do que os restaurantes. Por 5 Euros poderemos cear.


*Pontos de interesse turístico de Pitões:
-A aldeia. Uma das mais bonitas e melhor conservadas de Portugal.
-As ruinas do Mosteiro das Júnias.
-A cascata de Pitões.
-A ermita.
-O Ecomuseu da Casa do Boi.
-O Forno Comunal, no que se coze às manhãs o pão.
Organização: 
 
Matricula:
José Manuel Barbosa


barbosa_gz@hotmail.com


Alojamentos e Restaurantes:
http://www.cm-montalegre.pt/showPG.php?Id=119
Contatos:
TASCA DO AÇOUGUE
Terreiro do Açougue
5470 – 250 Montalegre
Telef.: 276511164
 

Para dormir e comer
TABERNA TERRA CELTA 
(Justo enfrente da Sala de Conferências)
tabernaterracelta@portugalmail.pt
+351 960 316 315
+351 917 666 876
+351 916 277 040.

Para dormir e comer
SRª DOS REMÉDIOS 

(Aqui vamos fazer o Jantar Recital)
Mourilhe
5470 – 311 Mourilhe
Telef.: 276510260
www.padrefontes.com
hotel_mourilhe@iol.pt 

Para Comer
RESTAURANTE D. PEDRO
Pitões
5470 – 370 Pitões das Júnias
Telef.: 276566288
  
Para dormir e comer
RESIDENCIAL O PRETO
Telef.: 276566158
Pitões das Júnias
5470 – 370 Pitões das Júnias